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04 maio, 2015

Throne of Glass, da Sarah J. Maas.

Throne of Glass #1: Thorone of Glass

Autor(a): Sarah J. Maas
Editora: Bloomsbury USA Childrens
Ano: 2013
Paginas: 404
IBSN: 1619630346 
Titulo no Brasil: Trono de Vidro
Inglês nível: Intermediário
no goodreads e no skoob.

“Apparently, a woman can only go so long without a sword between her hands.”
Celaena Sardothien é assassina mais temida do reino de Adarlan. Seu nome é conhecido e temido onde quer que os ventos o leve, mesmo que ninguém realmente saiba que Calaena é apenas uma garota de 18 anos e que nos últimos 12 meses a garota perdeu praticamente tudo que conquistou quando foi levada para as minas de sal de Endovier para pagar por todos os seus crimes. Tudo, menos sua reputação. 

É a sua reputação que leva o príncipe de Adarlan, Dorian, a lhe oferecer o que definitivamente seria sua única chance de ser liberta de seu trabalho escravo: Celaena Sardothian teria que se tornar a Campeã (nome bonitinho para assassina particular real) do Rei de Adarlan. Para isso, Celaena participará de um torneio onde enfrentará todos os tipos de provações, competindo com todo o tipo de desajustado que os outros membros do concelho do Rei encontrarem, desde ladrões de estrada à assassinos tão bem treinados quanto ela. Ou quase isso. 

Se bem sucedida na competição, após quatro anos de servidão ao Rei, a garota teria sua carta de alforria metafórica assinada e seria, mais uma vez (ou pela primeira vez), dona de sua própria liberdade. Caso falhasse no processo, receberia uma passagem só de ida de volta às minas de sal. É claro que ela topa, achando que seria bem melzinho na chupeta, mas é claro que esse não é o caso. Por uma infinidade de motivos, o torneio se torna uma ameaça não só a vida da Celaena, mas de todos os outros competidores.
Entrar na história foi um processo. No começo temos uma Celaena arrogante, um Chaol absurdamente quadrado e um Dorian que parecia meio burrinho. Com o tempo e até o final do livro, o comprometimento que o leitor cria com esses personagens tende a ser total, mas chegar nesse ponto onde você está familiarizado com eles - e com o mundo deles - pode demorar um tantinho.

Acompanhar a passagem do tempo também foi uma dificuldade. As vezes acontecia de, em um dia só, acontecerem 97 cenas de ação e 1 de romance. Dai no dia seguinte, a Celaena só dormia e comia. Não sei se essa disposição de eventos foi proposital, meio "depois da calmaria vem a tempestade" e tudo mais, mas foi meio estranho porque quebrava o ritmo de leitura. 

Fora isso, sou só elogios. A escrita da Sarah tende a te arrastar para as cenas de ação perfeitamente construídas e descritas. Ela consegui transpor o que os personagens dela estavam passando e sentindo muito claramente. Quando as cenas tinham um tom mais obscuro, vou admitir que eu precisava dar um respirada de tempos em tempos. Só que a mulher também arrasava na hora de escrever cenas e diálogos mais fofos entre a Celaena e o Dorian ou o Chaol. Ou seja, eficiente né gente. O senso de humor da autora é outro ponto! Deus, como eu ri em alguns momentos. Essas quebras de climão são essenciais para não exaurirem o leitor. Novamente, elementos muito bem utilizados por Maas. 

Quando dizem que a Celaena é uma personagem kick-ass, não é exagero! Primeiro que o mistério que envolve tudo sobre essa garota de 18 anos que obviamente passou por muito mais do que ela deveria  foi muito bem utilizado. O que se espera da considerada "melhor assassina de Erilea" não é que ela adore animais, seja supersticiosa, ame moda, festas, e seja uma leitora voraz, mas ainda assim, essa é a Celaena. Outro mérito da Maas na construção dessa história é a forma que ela humanifica e desumanifica a personagem de forma bastante natural, sem assustar o leitor. Muito pelo contrario, alias. Esse contraste foi uma das coisas que ajudou a criar essa ponte entre a Assassina e eu.
“Libraries were full of ideas–perhaps the most dangerous and powerful of all weapons.” 

O elenco de personagens no geral também foi muito bem construído e posteriormente, desenvolvido. Os destaques ficam para Dorian, Chaol e Nahemia. 

Dorian eventualmente deixa de ser um principezinho e, com o tempo, começa a mostrar tímidos sinais de que ele tem muito mais a adicionar a história do que ser apenas uma das pontas do triângulo. O cara é fofo, engraçado, caridoso e cuidadoso, qualidades que deixam qualquer pessoa boba que nem agitada, esperando pela próxima aparição do personagem.

A personalidade do Chaol me fez gostar dele quase imediatamente. O Capitão da Guarda é um cara estupidamente leal à Dorian e apesar dele as vezes tomar um tempo absurdo para tomar decisões, ver ele descongelando com a Celaena foi linnnndo. Chaol é contido e sútil, logo o relacionamento dele com a Assassina de desenrola de forma lenta, emotiva e profunda. #TeamChaol.
“No matter what happens," she said quietly, "I want to thank you."
Chaol tilted his head to the side. "For what?"
Her eyes stung but she blamed it on the fierce wind and blinked away the dampness. "For making my freedom mean something.” 

Vale deixar bem claro que o triangulo amoroso nessa série se dá de forma bem natural, e que apesar do Teams, até o final do primeiro livro fica bem claro quem é o escolhido da Celaena e, no decorrer da série, posso afirmar que ela não fica pulando de galho em galho.

Nehemia é a princesa de Eyllwe, último reino que não foi dominado pelo Rei, e isso apenas aparentemente. A moça está no castelo de vidro para aprender sobre a cultura e língua de Adarlan, e por pura casualidade esbarra em Celaena pelos corredores do castelo e as duas imediatamente se deram bem. Apesar de suas personalidades serem polaridades, ambas se sentem da mesma forma sobre um tanto de assuntos e, de um jeito ou de outro, tem os mesmos objetivos. Mesmo que Nehemia não tenha sido uma personagem com a qual eu tenha me importado muito, fiquei muito feliz em ver que Celaena teria uma amiga mulher ao seu lado. A gente sabe como amizades entre meninas são raras em YA's.

E com tudo isso, vou admitir que, fora a escrita, minha parte predileta desse livro foi o universo e a forma como Maas cria e introduz um mundo tão complexo, onde você tem um Rei que é cercado por obvia obscuridade. Um mundo que teve sua mágica extinguida graças ao feito de um único home (é, o Rei), que não se contenta só em expurgar todos os serem mágicos, ele também queima e destrói qualquer indicio de que esses seres um dia existiram. Os mistérios que cercam essas terras e os seus habitantes foi o grande diferencial para mim. 

Ler Throne of Glass fez com que eu me lembrasse do quanto eu gosto do lado épico e fantastico do YA. Em menos de um mês, li os três livros da série que já foram publicados até o momento e mal, mal posso esperar pelo próximo livro, Queen of Shadows, que deve ser lançado lá pro final do ano!



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